Com a quarentena aumentou 30% a violência doméstica.
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Relacionamento Abusivo
Sinais que indicam um relacionamento abusivo.
Sempre que se fala neste tipo de relacionamento, se imagina um abuso sexual ou de um companheiro.
Sem sempre o abuso parte de um companheiro, o agente abusador pode ser pai, tio, parente, patrão, amigo, etc.
Também existem companheiras, mães, tias, patroas abusivas
O abuso tem varias formas sutis de se manifestar, pode ser física, verbal, moral ou mesmo sexual.
Muitas vezes as vitimas nem percebem que estão em um relacionamento abusivo.
Por isso aí vão algumas dicas:
1. Durante uma conversa é comum o abusador fazer você sentir que não entende nada ou que está sempre errada.
Nem precisa ser uma discussão. E a forma de fazer isso pode ser sutil: não precisa ser uma frase direta, como um "nossa, você não entende nada", mas a impressão é a de que você nunca fala coisa nenhuma de bom e está sempre completamente equivocada(o).
Quando se fala em relacionamentos abusivos é muito comum pensar na violência física, por ser a mais visível. Mas ela não é a única. Nesse caso, temos a violência moral. "O principal na violência moral é a desqualificação da(o) companheira(o) e a humilhação". O agente abusador, nunca encostou a mão em você, mas está sempre fazendo você se sentir um lixo.
2. Quando você não concorda, ouve coisas como "você é louca(o)", que "isso é coisa da sua cabeça" ou que você está fazendo drama à toa.
Isso se chama gaslighting e é o abuso emocional em que o parceiro(a) faz com que você comece a questionar sua própria compreensão da realidade.
3. Ele(a) se acha no direito de controlar a sua vida e as suas escolhas.
Pode ser que queira que você troque de roupa. Que tire seu batom vermelho. Ou não goste que você tenha amigos homens, no caso do agente abusador ser uma mulher, não aceita que o companheiro tenha amigas. Ou, ainda, tente controlar onde você "pode" e "não pode" ir. Já ouviu algo como "mulher minha (marido meu) não faz/usa/fala isso"?
Ciúmes e uma forma de posse, o agente acredita que você “pertence a ele(a)”. Ninguém tem a posse de outra pessoa.
Tentar ser controlador são comportamentos clássicos que podem levar uma mulher (ou homem) para uma relação de violência.
Isto também pode extrapolar para a violência patrimonial: passa a não ser só uma vontade, ele de fato controla suas contas, suas roupas, dá o dinheiro que você pode gastar, etc.
Dá a impressão que é um cuidado, que ele(a) se preocupa com você, quando na verdade ele(a) quer mais que você faça tudo que o satisfaça.
É uma relação de mão única, onde só as necessidades dele(a) importam.
4. Você faz coisas contra a sua vontade por medo de como ele pode reagir. Ou ele não respeita quando você diz "não", inclusive durante o sexo.
Naquele dia você não está a fim de transar, mas ele insiste. Ou então você "acaba cedendo" porque quer agradá-lo. "A agressão sexual acontece também em relacionamentos", "Ele faz você se sentir culpada(a) ou na obrigação de satisfazê-lo. E pode acontecer o estupro mesmo, como o sexo anal forçado durante o sexo, por exemplo".
Ninguém é obrigado a fazer sexo quando não quer.
5. Abusador "nunca te bateu", você costuma ter hematomas causados por ele ou ele usa a força física "para te acalmar".
A agressão física não é só um tapa, um empurrão. Ela também passa pelo beliscão ou por aquele hábito dele de "te segurar com força" quando vocês estão discutindo, deixando as marcas dos dedos deles nos seus braços, ou quando ele tenta te abraçar à força quando você não quer mais ficar perto dele, por exemplo.
6. Afirma que ninguém nunca vai te amar, te aceitar ou te querer além dele(a).
Estas são falas típicas da violência psicológica, que pode ser feita a partir da chantagem, da ameaça e do controle.
Frases como "se você fizer isso quer dizer que não me ama" e "se você não fizer isso eu vou embora" também se encaixam.
Ou ainda: “prove que você me ama” fazendo isto ou aquilo, geralmente coisas que você não está afim de fazer.
7. Não reage bem a suas conquistas e às coisas boas que acontecem na sua vida.
Nada do que você faça em benéfico próprio é motivo de mérito, suas conquistas não são reconhecidas e tratadas de forma banal.
O dia em que vocês saem para comemorar uma coisa boa que te aconteceu inclui uma discussão besta sobre qualquer outra coisinha que mostre que você não é boa o suficiente, fazendo você questionar a si mesma.
8. Não gosta que você fale com outras pessoas, especialmente longe dele, ou tenta te fazer acreditar que a única opinião que você deve ouvir é a dele(a).
Este isolamento ajuda a provocar seu afastamento da família ou de amigos que possam te ajudar a sair do relacionamento abusivo.
Claro que as pessoas de fora, vão perceber que algo está errado, podem tentar te alertar, isso é tudo que ele não quer.
9. Afirma que a agressividade dele é por sua culpa, você é que provoca e faz ele agir assim.
Esta é uma das maiores mentiras da relação abusiva. Lembre-se que a culpa pelas ações dele nunca é sua. Nunca. Você não "está pedindo". Você não "tirou ele do sério". Ele é responsável pelos atos dele, não você. Não se culpe.
Muitas mães ao agredirem os filhos afirmam: “Isso dói mais em mim, do que em você”
10. Você fica meio perdida com as ações dele e questionar se as os acontecimentos são normais.
Não releve o que você está sentindo e aproveite para conversar com alguém em quem você confia, como uma amiga que você sabe que vai te ouvir sem te julgar. Nem sempre percebemos o que está acontecendo e falar pode te fazer entender melhor a situação. "Quando a mulher tenta falar e descrever as situações, ela percebe que aquilo não é normal ou natural”. Confie mais na sua intuição
11. Afirma que em briga de homem e mulher outras pessoas não devem interferir e que seus problemas são "coisa de casal", ou são coisas da família.
Existe um número alarmante de mulheres e crianças de todas as idades e classe social que passa pelo mesmo problema.
O numero de homens que também sofrem violência também é alto, mas infelizmente geralmente eles não falam nada, com medo do julgamento da sociedade.
12. Não chega a te agredir, mas desconta a agressividade batendo em mesas, portas e outros objetos.
Isto é sim uma forma de ameaça, de demonstrar a força e de dizer que você pode ser a próxima.
13. Grita com você.
Lembre-se: violência não é só física é muito comum que haja um escalonamento da violência. O que começa com um grito pode sim se tornar um tapa no futuro ou coisa pior.
14. Te agride.
Pode parecer óbvio, mas é sempre bom lembrar: não, não está tudo bem, isso não é certo, você não merece e – novamente – isso não é sua culpa.
15. Sempre promete que vai mudar
O ciclo da violência, após o momento da explosão (a briga, a agressão, a violência), logo vem o período conhecido como "lua de mel"
É quando a pessoa se mostra arrependida, diz que sabe que fez merda, promete que vai mudar, que vai fazer terapia, te dá presentes, fala o quanto te ama, te valoriza, te ouve. É nessa hora que a vítima desiste de denunciar o abusador.
Não se engane o abuso vai voltar, pode levar um mês, um ano ..., mas, o abuso não vai parar.
Se você está em um relacionamento abusivo ou conhece alguém que está em um relacionamento abusivo, procure ajuda.
Você pode conversar com alguém de sua confiança, ligar para o 180, procurar uma psicóloga.
Pérola Goretti
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